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A Serra do Roncador era um sonho antigo para mim, um desses lugares que você sente que precisa conhecer para entender, mesmo que nunca tenha visto. Esse canto místico no coração do Brasil está envolto em histórias sobre portais, civilizações perdidas, avistamentos de luzes misteriosas e, é claro, o famoso “ronco” das montanhas. Com mochila nas costas e muita curiosidade, fui ao encontro desse cenário cheio de mistérios, preparado para uma jornada que não seria apenas uma viagem, mas uma verdadeira imersão no inexplicável.

Cânion Serra do Roncador

Dia 1: Chegada a Barra do Garças – O Início da Jornada

Chegar a Barra do Garças, porta de entrada para a Serra do Roncador, é como cruzar um portal para um mundo à parte. A cidade, com suas ruas tranquilas e seus moradores simpáticos, tem um ar de mistério que parece antecipar o que está por vir. Passei o dia conversando com os locais, que têm suas próprias versões das histórias sobre a serra. O que ouvi foi suficiente para me encher de expectativa: desaparecimentos misteriosos, fenômenos inexplicáveis e uma conexão com civilizações ancestrais. A noite foi um tanto inquieta; as histórias ficaram reverberando na minha cabeça, me deixando ansioso pelo que encontraria nos dias seguintes.

Dia 2: Vale dos Sonhos – Entre Formações Rochosas e Energia Ancestral

No segundo dia, segui para o Vale dos Sonhos, um lugar que muitos dizem ser especial. O caminho até lá é rodeado por uma vegetação densa, e as formações rochosas surgem como esculturas naturais, moldadas pelo tempo. À medida que eu caminhava pelo vale, o ambiente ao redor foi ficando cada vez mais surreal. Era como se cada pedra e cada planta tivessem uma história para contar. Senti uma energia diferente, como se o próprio solo vibrasse, trazendo uma sensação de paz misturada a um certo arrepio.

No meio do vale, encontrei um grupo de locais que me falaram sobre o “fogo fátuo” – as luzes misteriosas que dizem aparecer à noite. Eles acreditam que essas luzes representam as almas dos antigos habitantes, ainda vagando pela serra. Saí do vale com a mente repleta de imagens e histórias. A Serra do Roncador tem um jeito de mexer com nossa percepção da realidade.

Dia 3: Dedo de Deus – O Portal Esquecido

Minha visita ao Dedo de Deus foi o ponto alto do roteiro. Essa formação rochosa é famosa na região, e muitos acreditam que ali existe um portal para outras dimensões. Quando cheguei, fiquei um tempo observando a paisagem ao redor e, depois, toquei as pedras. O guia que me acompanhava explicou que as tribos locais reverenciam aquele lugar, acreditando que ele conecta o mundo físico a algo maior. Eu podia sentir isso. O vento soprava de maneira estranha, como se houvesse uma presença invisível ao meu lado.

Caverna rupestre

Passei um tempo em silêncio, tentando captar essa energia. Não sei explicar, mas senti uma calma profunda, como se aquele lugar guardasse uma sabedoria muito antiga, um segredo guardado por eras. Esse foi um momento em que senti a serra com intensidade, e saí de lá com a sensação de que algo dentro de mim tinha mudado.

Dia 4: Noite no Mirante das Estrelas – Sob um Céu Misterioso

À noite, fui ao Mirante das Estrelas, um dos lugares mais especiais para quem quer observar o céu e, talvez, algo mais. O mirante fica em um ponto alto, com uma vista ampla das montanhas e um céu imenso. Dizem que, às vezes, é possível ver luzes misteriosas por ali – fenômenos que os locais acreditam ser sinal de uma presença além da nossa compreensão.

Deitado na escuridão, com o céu repleto de estrelas acima, vi algumas luzes estranhas se movendo de um lado para o outro. Não sei se foram satélites ou algo mais, mas, naquele momento, parecia que cada luz contava uma história, como se o céu estivesse compartilhando segredos. Ali, sob aquele céu, senti uma conexão com o cosmos que nunca havia sentido antes.

Dia 5: Despedida no Poço Azul – Um Lugar para Refletir

Para o último dia, escolhi o Poço Azul, um dos lugares mais belos e tranquilos da serra. A água cristalina reflete o céu e a vegetação ao redor, criando um ambiente de pura serenidade. Mergulhar ali foi como lavar a alma, um momento de paz para finalizar a jornada. Enquanto nadava nas águas geladas, pensei em tudo o que tinha vivido nos últimos dias – as histórias, as pessoas, os mistérios.

Ao deixar a Serra do Roncador, percebi que essa viagem não foi apenas sobre explorar um lugar diferente, mas sobre descobrir algo em mim mesmo. A serra parece guardar um mistério para cada visitante, um enigma que talvez nunca seja desvendado. Voltei para casa com mais perguntas do que respostas, mas com uma certeza: o Roncador é um lugar onde a natureza e o inexplicável se encontram.

Se você sente curiosidade pelo desconhecido, se busca uma experiência fora do comum e está preparado para ouvir o que as pedras e o vento têm a dizer, a Serra do Roncador vai mudar algo dentro de você também.

Sobre o autor

Viajante apaixonado por destinos místicos, compartilho no blog relatos de aventuras, dicas e roteiros espirituais para quem busca mais que viagens: conexão com o mundo e consigo mesmo.

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