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Há tempos eu ouvia falar da Serra do Roncador, esse lugar misterioso, escondido no coração do Brasil, onde histórias de lendas, portais e mistérios antigos se entrelaçam. Decidi que era hora de conhecer esse cenário inóspito, carregado de enigmas e de uma energia difícil de descrever. Sabia que essa jornada me levaria para além do turismo; seria uma viagem pela alma de um lugar que há séculos desperta fascínio em quem ousa explorá-lo.

Para aqueles que gostam de aventura, lendas e misticismo, a Serra do Roncador é um destino inigualável. E foi com essa expectativa que embarquei, pronto para descobrir se os contos sobre portais, cidades subterrâneas e avistamentos sobrenaturais eram apenas parte da rica tradição oral dos povos locais ou algo que eu também experimentaria na pele.

Primeiros Passos: O Mistério que Envolve a Serra do Roncador

Assim que pisei na pequena cidade de Barra do Garças, em Mato Grosso, senti uma atmosfera diferente. A cidade em si é um ponto de partida para muitos que vêm com o mesmo propósito que eu: explorar a Serra do Roncador. Os moradores locais, acostumados com visitantes curiosos, compartilham com entusiasmo histórias sobre civilizações perdidas e encontros com o inexplicável. Por onde eu andava, ouvia rumores de uma suposta entrada para uma cidade subterrânea, guardada e escondida nos confins da serra.

Serra do Roncador

Em cada esquina, as histórias ganhavam forma: falavam sobre os primeiros exploradores, como o coronel Percy Fawcett, que desapareceu misteriosamente na busca por uma cidade lendária, e sobre o portal para mundos desconhecidos. Esses relatos, longe de serem simples lendas, soavam como algo profundamente enraizado na vida e no imaginário do povo local. Foi ouvindo essas histórias que percebi que a Serra do Roncador não é um lugar para ver, mas para sentir – e talvez entender, se possível.

A Primeira Trilha: Encantado com o Vale dos Sonhos

No segundo dia, decidi explorar o Vale dos Sonhos, um dos lugares mais conhecidos da região e que dizem ser carregado de uma energia única. Ao adentrar a trilha, ladeada por formações rochosas incomuns, senti que a natureza ao meu redor tinha algo de sagrado. O vento soprava de maneira estranha, trazendo um tipo de “canto” que parecia ecoar pelos paredões da serra.

Estrada - Serra do Roncador

Durante o caminho, um guia local me contou sobre os avistamentos de luzes estranhas no céu, um fenômeno conhecido como “fogo fátuo”, que muitos associam a energias inexplicáveis. Ele dizia que, por ali, é comum que as pessoas experimentem uma espécie de “chamado interior” ao pisarem no solo do vale. É como se a natureza quisesse nos contar um segredo guardado por eras. Não sei se foi sugestão ou apenas a magia do lugar, mas confesso que senti algo inexplicável.

O Encontro com o Dedo de Deus e a Lenda do Portal

No terceiro dia, acordei bem cedo para conhecer uma das formações mais emblemáticas da Serra do Roncador: o Dedo de Deus. Essa formação rochosa se ergue no horizonte como um sentinela mudo, e muitos acreditam que ali existe um portal para outras dimensões. O guia explicou que antigos moradores da região e tribos indígenas relatavam que, em determinados dias do ano, as rochas emitem sons misteriosos – os “roncos” que deram nome à serra. Esses sons seriam, segundo a lenda, sinais de que o portal está ativo.

Decidi me aproximar e tocar nas rochas. O silêncio ao meu redor era tão profundo que eu podia ouvir minha própria respiração. Fechei os olhos e tentei me concentrar. Foi um momento de comunhão com o lugar, algo que, para mim, transcendeu o simples contato com a natureza. É como se o Dedo de Deus guardasse uma mensagem, uma promessa de que ali, naquele exato lugar, algo maior e mais antigo está guardado. Para mim, aquele instante foi o ponto alto da viagem, um momento em que me senti em sintonia com o desconhecido.

Dedo de Deus - Serra do Roncador

Noite no Mirante das Estrelas: Sob um Céu Misterioso

À noite, fui ao Mirante das Estrelas, onde muitos afirmam ter avistado fenômenos inexplicáveis. A céu aberto e com o horizonte iluminado apenas pelas estrelas, é fácil sentir-se pequeno e ao mesmo tempo parte de algo muito maior. Enquanto observava o céu, me lembrava das histórias sobre a Serra do Roncador como um ponto de conexão com o cosmos, um lugar onde se acredita que antigos seres mantinham contato com o universo.

Durante a noite, algumas luzes estranhas cruzaram o céu. Não eram aviões, e a explicação “oficial” seria de que eram satélites. Mas, naquele ambiente, cada ponto luminoso parecia guardar um significado especial, como se o Roncador realmente fosse um portal cósmico.

Uma Despedida Repleta de Perguntas

Nos meus últimos momentos na Serra do Roncador, senti que essa jornada tinha sido uma experiência transformadora. Não voltei com todas as respostas; na verdade, saí com ainda mais perguntas. A energia da serra e suas histórias deixaram uma marca em mim. Esse é um lugar que desafia a lógica, um santuário natural e espiritual que parece sempre guardar um segredo a mais, uma história a mais para contar a quem está disposto a ouvir.

Reflexão Final

Se você é alguém em busca de um lugar que ultrapassa os limites do turismo convencional, um lugar onde o desconhecido se torna tangível e onde lendas são parte do cotidiano, a Serra do Roncador é o destino certo. Entre as histórias de civilizações ocultas, fenômenos estranhos e portais, cada caminhada é uma descoberta. Minha jornada por ali não foi apenas uma viagem; foi um encontro com o mistério que há em mim e no mundo.

Sobre o autor

Viajante apaixonado por destinos místicos, compartilho no blog relatos de aventuras, dicas e roteiros espirituais para quem busca mais que viagens: conexão com o mundo e consigo mesmo.

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